Vigésima edição da premiação ocorreu na CNI, em Brasília, e laureou os melhores trabalhos de doutorado defendidos no Brasil em 2024
O Prêmio CAPES de Tese completou 20 anos em cerimônia nesta quinta-feira, 11 de dezembro, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. O evento serviu tanto para premiar as melhores teses defendidas no Brasil em 2024, quanto para celebrar as duas décadas da principal premiação da ciência brasileira. Assista à solenidade na íntegra.
Houve as entregas dos Prêmios e Grandes Prêmios CAPES de Tese, para os vencedores de cada área de avaliação e Colégio do conhecimento, respectivamente. Como é tradição, instituições parceiras — neste ano, participaram Dimensions Sciences, Fundação Carlos Chagas e Instituto Serrapilheira — também distribuíram honrarias.
A presidente da CAPES/MEC, Denise Pires de Carvalho, ressaltou a continuidade do Prêmio CAPES de Tese. “A premiação foi criada em 2005, portanto há 20 anos. Estamos comemorando um momento de grande júbilo: foram 20 anos de premiações ininterruptas”, disse. A gestora, porém, destacou um ponto a ser aperfeiçoado pelo Sistema Nacional de Pós-Graduação: “Nesses 20 anos, 70% das premiações estão no Sudeste, em três estados. Essa assimetria precisa mudar”.
Imagem: Evento ocorreu na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
Também compuseram a mesa de abertura o ex-presidente da CAPES/MEC e integrante do Conselho Superior da Coordenação, Jorge Guimarães, o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Laudemar Aguiar Neto, os presidentes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), José Geraldo Ticianeli, e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Vinícius Soares, e o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Gustavo Leal, representante da CNI.
O Prêmio CAPES de Tese contou com 1.543 trabalhos inscritos, de 206 instituições de ensino e pesquisa, com 49 autores vencedores e que receberão bolsa de até um ano para estágio pós-doutoral em instituição nacional, certificado e medalha. Seus orientadores ganharão um prêmio no valor de até R$ 3 mil, além de certificado, que também será oferecido aos coorientadores e ao programa de pós-graduação no qual o trabalho foi defendido. Veja a lista completa de premiados aqui.
Já o Grande Prêmio corresponde a uma bolsa para estágio pós-doutoral em instituição internacional, por até 12 meses, certificado e troféu. Cada orientador receberá uma premiação de R$ 9 mil, para participar de congresso internacional e certificado de premiação, que também será entregue aos coorientadores e ao programa de pós-graduação no qual a tese foi defendida.
Ganharam os Grandes Prêmios:
- Grande Prêmio Aída Hassón-Voloch, de Ciências da Vida: Julia Teixeira de Castro, doutora em Imunologia Básica e Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP) e autora da tese Desenvolvimento de proteína quimérica e avaliação de seu potencial vacinal contra COVID-19.
- Grande Prêmio Maria da Conceição Tavares, de Humanidades: Bruna Trindade Gomes Carneiro, doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), autora do trabalho Um códice em língua geral: edição, estudo paleográfico e sócio-história da Amazônia (1750-1758).
- Grande Prêmio Sérgio Mascarenhas de Oliveira, de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar: Lucas Felipe de Lima, doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que escreveu Development of Affordable Electrochemical (Bio)Sensors for Point-of-Care.
Julia Teixeira e Lucas Felipe receberam, ainda, premiações do Instituto Serrapilheira, no valor de R$ 20 mil cada. O parceiro da CAPES/MEC premia, a cada ano, ganhadores dos Grandes Prêmios de Ciências da Vida e de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. Já Bruna Trindade recebeu R$ 20 mil da própria Coordenação, que pela terceira edição seguida repassou a quantia a quem desenvolveu a tese vencedora de Humanidades.
A Fundação Carlos Chagas (FCC), instituição sem fins lucrativos criada em 1964 e que tem como prioridade o investimento em pesquisa e educação, por sua vez, repassou R$25 mil aos vencedores de Educação — André Felipe Dutra Martins Rocha Elias, da Universidade de São Paulo (USP) — e de Ensino — Vivian Nantes Muniz Franco, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Também distribuiu quatro prêmios individuais de R$ 10 mil aos autores que receberam menções honrosas nas áreas.
A Dimensions Sciences, organização sem fins lucrativos norte-americana fundada pela cientista brasileira Márcia Vasconcellos Fournier, por sua vez, entregou o Prêmio Nova Dimensão, de US$ 2 mil. O prêmio, destinado a uma autora na área de Biotecnologia com trabalho voltado para inovação e empreendedorismo, foi para Alessandra Russi, da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Imagem: Medalhas entregues a ganhadores do Prêmio CAPES de Tese 2025 (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
Sessenta anos de pós-graduação no país
A pós-graduação completou 60 anos de forma oficial no Brasil em 2025. No dia 3 de dezembro de 1965, foi publicado o Parecer nº 977/1965, que estruturou os cursos de mestrado e doutorado no Brasil e os diferenciou dos de especialização (stricto sensu e lato sensu).
O Parecer Sucupira — nome pelo qual ficou conhecido o documento, em homenagem a Newton Sucupira (1920-2007), seu relator — foi a pedra fundamental da evolução constante do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Apesar da existência prévia de alguns cursos no país, o parecer regulamentou a pós-graduação brasileira.
Na premiação, a CAPES/MEC prestou homenagem à memória de Sucupira e entregou uma placa aos filhos como forma de reconhecimento da importância do Parecer Sucupira para a história da educação do Brasil. Maria Judith Sucupira da Costa Lins, primogênita do educador, disse ter ficado “extremamente comovida” e observou que, seis décadas depois, o “documento permanece fornecendo as diretrizes para os programas de pós-graduação”.
Sobre o Prêmio CAPES de Tese
Criado em 2005, o Prêmio CAPES de Tese reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil. Para conceder os prêmios, a CAPES leva em conta a originalidade do trabalho e a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação do País. Ao longo desses anos, mais de 17 mil teses foram inscritas.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Fonte: Redação CGCOM/CAPES
Foto de capa: Denise Pires de Carvalho com vencedores do Prêmio CAPES de Tese 2025 (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
