Sugestões são para a próxima quadrienal e englobam políticas afirmativas, apoio à maternidade e enfrentamento ao assédio
Durante a sua sexta reunião ordinária, na terça-feira, 18 de novembro, o Comitê Permanente de Ações Estratégicas e Políticas para Equidade de Gênero com suas interseccionalidades da CAPES/MEC apresentou recomendações ao próximo ciclo da avaliação quadrienal dos cursos de mestrado e doutorado. O objetivo das sugestões é aprimorar e consolidar as ações para promoção da equidade, diversidade e inclusão na pós-graduação stricto sensu brasileira.
O documento com as sugestões engloba três eixos de políticas a serem observadas pela avaliação: ações afirmativas e promoção de equidade, diversidade e inclusão em relação a grupos sub representados na ciência, apoio à maternidade e valorização do cuidado, e enfrentamento ao assédio moral e sexual, às violências de gênero e à discriminação.
Uma das propostas do comitê é que o programa de pós-graduação relate o esforço para ampliar a representatividade e a permanência de grupos historicamente sub-representados entre professores e alunos. Em relação à formação e produção intelectual, a sugestão é avaliar o incentivo à inclusão de integrantes com perfis diversos em bancos de mestrado e doutorado, levando em conta gênero, raça, origem acadêmica, regionalidade e perspectivas epistemológicas distintas.
Ao falar às integrantes do comitê, a presidente da CAPES/MEC, Denise Pires de Carvalho, disse que é possível avançar nas diferentes áreas da avaliação na implantação de políticas que sejam efetivas para alcançar a igualdade de gênero. “Além da avaliação, ações importantes estão relacionadas à parentalidade, à possibilidade de prorrogação dos prazos e à assistência estudantil”, ressaltou, afirmando que pretende, em parceria com o Ministério das Mulheres, lançar um edital conjunto de bolsas de pós-doutorado para mães em fase de aleitamento.
Boas práticas
Na reunião do comitê, as participantes também fizeram um balanço das atividades relacionadas aos três eixos temáticos e apresentaram sugestões para cada um deles. No campo das políticas de maternidade, por exemplo, foi sugerida a análise dos editais da CAPES/MEC para verificar o que pode ser modificado para atender às necessidades do público.
Imagem: Sexta reunião do Comitê de Equidade (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
Quanto às políticas de ação afirmativa, as integrantes discutiram também a possibilidade de valorizar boas práticas implantadas nos programas de pós-graduação. A ideia é catalogar e divulgar bons exemplos de promoção da equidade, diversidade e inclusão. As participantes solicitaram ainda que todas as decisões do comitê sejam institucionalizadas, por meio de publicação no site da CAPES/MEC, para que as propostas se tornem perenes.
A sexta reunião do comitê teve a presença da diretora de Formação de Professores da Educação Básica da CAPES/MEC, Marcia Serra Ferreira, que destacou que as ações voltadas aos docentes também olham para os aspectos da equidade. “Não é por ser uma profissão eminentemente feminina que não temos desafios a serem enfrentados na educação básica”, comentou.
Criado pela CAPES/MEC em 2024, o colegiado sugere ações e iniciativas para aumentar a representatividade feminina em posições de decisão e de comando na pós-graduação. O comitê é formado por representantes da CAPES/MEC, e dos conselhos técnicos-científicos da Educação Superior e Básica e do Conselho Superior da Fundação. Também tem a participação de instituições de ensino superior, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), do Fórum Nacional de Pró-reitores de Pesquisa (Foprop), do Movimento Parent in Science, e da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Fonte: Redação CGCOM/CAPES
Foto de capa: Sexta reunião do Comitê de Equidade (Julia Prado – CGCOM/CAPES)
