Após reunião no Ministério da Saúde, o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, disse nesta terça-feira (16) esperar que a vacinação contra a Covid-19 de professores e demais trabalhadores de educação ocorra ainda em abril.
O pedido para adiantar o cronograma foi feito por Ribeiro ao general Eduardo Pazuello, que se prepara para deixar o comando da Saúde, e a equipe da pasta. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) não tem conseguido acelerar o plano de vacinação contra a doença.
Atualmente, trabalhadores de educação já estão previstos entre os grupos prioritários para receber a vacina contra a Covid, mas ainda não havia informações de quando isso pode ocorrer.
“Vim aqui pedir para que analisem a possibilidade de vacinar todos os professores para que possamos retomar a questão das aulas presenciais. Esse foi nosso objetivo”, disse ele, segundo quem o pedido se referia tanto à rede pública quanto privada.
“A resposta é que será analisado o mais cedo possível, e que isso vai entrar na escala. Acredito que antes de maio, em abril, já vai ser possível”, completou.
O país tem entre 2,5 milhões e 3 milhões de profissionais que poderiam ser alvo da estratégia de vacinação. A possibilidade de antecipar a vacinação de professores também tem sido pleiteada por associações que reúnem prefeitos.
Em fevereiro, Pazuello chegou a dizer em reunião com gestores municipais que tentaria antecipar a vacinação de professores para março. A data, porém, não foi confirmada.
Recentemente, a pasta tem feito alterações no cronograma de doses, atribuindo o atraso a produtores.
No início de março, o ministro Milton Ribeiro publicou em suas redes sociais mensagem em que comemorava a inclusão de profissionais da educação por parte do governo após demanda do MEC.
A pasta não explicou, mesmo questionada na ocasião, a que se referia a celebração, uma vez que o grupo já estava contemplado nos planos de priorização do Ministério da Saúde. O que faltava era uma data, segundo Ribeiro.
Atualmente, a vacinação de professores e trabalhadores de educação é prevista como o 19º grupo prioritário, depois de idosos, pessoas com comorbidades e da população carcerária.
O ministro já declarou ser favorável ao retorno às aulas presenciais em meio à pandemia. Com aulas presenciais interrompidas desde março do ano passado, redes públicas planejaram o retorno a partir do mês passado.
A alta de casos da Covid-19 neste ano, entretanto, pressionou redes como a municipal e estadual de São Paulo, que recuaram.
Ao visitar o Ministério da Saúde, Ribeiro tenta ganhar relevância na Esplanada dos Ministérios, onde é visto como decorativo e distante dos assuntos da pasta. Desde que assumiu o cargo, tem priorizado agendas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Fonte: Folha de S. Paulo