A química Franccesca Fornasier fez mestrado e doutorado na PUC-RJ e atualmente faz pós-doutorado na UFRJ

Imagem: Franccesca Fornasier (Arquivo pessoal)
Franccesca Fornasier graduou-se em Química na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no Rio Grande do Sul, onde atuou em projetos que envolviam a produção de biocombustíveis a partir de matérias-primas renováveis, como caules, flores, folhas e o óleo da semente do tabaco energético, arroz quebrado, casca de arroz e microalgas. No mestrado, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, sua pesquisa avaliou a eficiência das nanopartículas como transportadores de fármacos no organismo para o tratamento de doenças pulmonares. No doutorado, também na PUC-RJ, a tese investigou nanopartículas de ouro e platina no tratamento fototérmico do câncer. Atualmente, realiza o pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolve (bio)sensores para a detecção precoce de doenças, com diagnósticos mais rápidos e eficazes. Bolsista da CAPES, ela foi uma das duas selecionadas para o Programa Embaixador Acadêmico do Chemical Abstracts Service (CAS), divisão da American Chemical Society (ACS), uma das editoras que mantém contrato para fornecimento de conteúdo no Portal de Periódicos.
Sobre o que é a sua pesquisa? Explique de forma mais detalhada o conteúdo do trabalho.
O objetivo principal do meu trabalho é criar um biossensor capaz de detectar precocemente doenças como o câncer, contribuindo para diagnósticos mais rápidos e eficazes. A motivação do projeto é oferecer uma ferramenta que possa, no futuro, ser utilizada tanto na detecção quanto, potencialmente, no auxílio ao tratamento de doenças, por meio de uma abordagem menos invasiva e mais precisa. Como os eletrodos utilizados são produzidos por impressão 3D com filamentos compostos por carbono e polímeros não condutores, a primeira etapa do trabalho consiste no tratamento de superfície desses eletrodos. Em seguida realizamos uma série de caracterizações — químicas, físico-químicas, térmicas e mecânicas — com o objetivo de avaliar a eficácia dos tratamentos aplicados e definir o protocolo mais eficiente. Após essa etapa, funcionalizamos a superfície dos eletrodos com nanomateriais, buscando amplificar o sinal elétrico e melhorar os limites de detecção e quantificação dos dispositivos. Com os eletrodos otimizados, iniciamos a fase de detecção dos analitos biológicos de interesse. Ajustamos as concentrações, validamos os resultados e buscamos a máxima precisão analítica. Por fim, os dispositivos são testados com amostras reais para avaliar sua performance em condições mais próximas da aplicação clínica.

Imagem: Franccesca Fornasier (Arquivo pessoal)
O que vale destacar de mais relevante na sua pesquisa?
O principal destaque da minha pesquisa é a possibilidade de contribuir para a detecção precoce de doenças como o câncer, o que pode impactar diretamente na qualidade de vida dos pacientes, permitindo tratamentos mais eficazes e menos invasivos. Além disso, ressalto a importância científica do trabalho, que busca gerar conhecimento e avanços significativos em uma área de grande interesse e impacto na saúde pública.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Sabe-se que o câncer é uma das doenças que mais afetam a população mundial, e o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a sobrevida dos pacientes. No caso do câncer de pulmão, por exemplo, a taxa de sobrevida pode aumentar em até 70% quando a doença é identificada em estágios iniciais. Acredito que a minha pesquisa pode contribuir significativamente para a sociedade ao possibilitar o desenvolvimento de dispositivos capazes de detectar doenças como o câncer de forma rápida, sensível e em fases iniciais. Isso permitirá intervenções mais eficazes, aumentando as chances de sucesso no tratamento e, em muitos casos, evitando procedimentos invasivos.
Como a bolsa da CAPES contribui para sua formação?
A bolsa da CAPES é essencial para viabilizar a minha formação acadêmica, permitindo que eu me dedique integralmente à pesquisa e ao desenvolvimento científico. Além do apoio financeiro, a CAPES desempenha um papel fundamental ao promover a integração com outros grupos de pesquisa, estimular o networking e fomentar a troca de conhecimentos por meio de eventos e colaborações. Tudo isso contribui diretamente para a minha qualificação como pesquisador, bem como para o avanço da ciência no Brasil.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Fonte: Redação CGCOM/CAPES
Foto de capa: Franccesca Fornasier (Arquivo pessoal)