Em seminário, diretor da CAPES apresenta dados para ilustrar a necessidade de aumentar a formação na pós-graduação stricto sensu
O Brasil tem dez doutores para cada 100 mil habitantes, três vezes menos que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 30. A disparidade é ainda maior em relação aos mestres: 29 e 300, respectivamente. A CAPES apresentou os dados em encontro de coordenadores de programas pós-graduação da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), na quarta-feira, 8 de maio.
As informações fizeram parte da palestra ‘Políticas de avaliação na Pós-Graduação stricto sensu: desafios e oportunidades para o desenvolvimento’, apresentada por Antonio Gomes de Souza Filho, diretor de Avaliação da Fundação. O gestor enfatizou a importância da formação de mestres e doutores no Brasil, cujo sistema de pós-graduação foi estruturado em 1965 pelo Parecer Sucupira e conta, portanto, com menos de 60 anos de história.
O diretor da CAPES observou, no entanto, a necessidade de se aprimorar a forma de expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). “A expansão se deu por causa de uma política de Estado bem-sucedida, que tem como base uma Avaliação continuada e fomento”, disse. “E se deu de forma natural, por uma demanda espontânea. Diante na expansão e das necessidades do País, precisamos dos pós-graduados em outros nichos. Precisamos também expandir por meio de demanda induzida”, explicou.
Essa demanda induzida, frisou o diretor, deve estar coordenada com estratégias locais, regionais e nacionais de desenvolvimento. Com isso, os programas de pós-graduação podem ter maior potencial para transformar as realidades nas quais estiverem inseridos. “Hoje, 70% dos doutores egressos da pós-graduação estão na administração pública. Precisamos de mais egressos na indústria, por exemplo”, afirmou. Segundo Antonio, é preciso haver maior interação com outras áreas da sociedade.
Sobre a Avaliação
A CAPES, com a contribuição de toda a comunidade acadêmico-científica, atribui notas de 1 a 7 para os programas de pós-graduação. Aqueles avaliados em 1 ou 2 entram em processo de desativação. A nota mínima para se manter em funcionamento, só com curso de mestrado, é 3. Para o doutorado, a partir de 4. As notas 6 e 7 são atribuídas aos programas considerados de excelência.
Fonte: Redação CGCOM/CAPES
Imagem de Capa: Reprodução/CAPES/Print da tela durante a reunião (Divulgação)