Em parceria com Itaú, Dimensions Sciences, Fundação Carlos Chagas e Instituto Serrapilheira, Agência realizou a premiação pela 18ª vez
A CAPES premiou nesta quinta-feira, 14 de dezembro, pela 18ª vez, as melhores teses defendidas no Brasil. A cerimônia ocorreu no Auditório Anísio Teixeira, na sede da Fundação, em Brasília, e contou com a participação dos 49 vencedores das áreas do conhecimento. No evento, foram entregues os Grandes Prêmios CAPES de Tese e as honrarias do Banco Itaú, Dimensions Sciences, Fundação Carlos Chagas e Instituto Serrapilheira, parceiros da Agência no evento.
O evento serve como termômetro do que tem sido produzido na ciência brasileira, observou Mercedes Bustamante, presidente da CAPES. “Ao celebrarmos os trabalhos dos novos jovens cientistas, indicamos como suas produções impactam a sociedade, a cultura, o meio-ambiente do País”, disse a gestora, que ainda destacou que 25 das 49 áreas foram vencidas por mulheres. Denise Carvalho, secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), adicionou: “Esta premiação reconhece a excelência dentre os excelentes”.
Segundo Olival Freire Junior, diretor científico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a cerimônia do Prêmio CAPES de Tese “é um dia de festa de uma política de Estado instaurada na década de 1960, uma das políticas públicas mais bem-sucedidas já instauradas no Brasil”. Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), por sua vez, destacou que “há ciência de altíssima qualidade no País, e ocorre essencialmente na pós-graduação”. Já Vinícius Soares, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), ressaltou que “o Prêmio CAPES de Tese é muito importante para que possamos voltar os olhos para a produção científica do País”.
Os três vencedores dos Grandes Prêmios receberam a premiação no palco. Autor de tese que descreve uma técnica não invasiva que permite medir a atividade cerebral de forma contínua em cada indivíduo, Sérgio Luiz Novi Junior, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), levou o Grande Prêmio Luiz Pinguelli Rosa, de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. Juliano Franco de Moraes, da Universidade de São Paulo (USP), ganhou o Grande Prêmio Veridiana Victoria Rossetti, de Ciências da Vida, por trabalho em que explicou a importância dos povos indígenas para a preservação da Amazônia. E Igor Morais Mariano Rodrigues, também da USP, foi agraciado com o Grande Prêmio Maria José Garcia Werebe, de Humanidades, por estudo em que mostrou o porquê da persistência dos traçados indígenas.
Eles são os grandes vencedores de um grupo de 49 pesquisadores que já haviam sido premiados anteriormente. Essa quase meia centena de cientistas foi destacada por ter desenvolvido o melhor trabalho de cada área do conhecimento reconhecida pela CAPES e receberá bolsa para estágio pós-doutoral dentro do País. Já os orientadores levam R$3 mil para participação em evento acadêmico-científico no Brasil. No Grande Prêmio, a bolsa é de mesmo nível, porém no exterior, e a Fundação repassa R$9 mil aos orientadores, para que participem de congresso internacional.
Logo antes da entrega, houve um momento de homenagem. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) celebrou a memória do físico Ennio Candotti. O cientista nasceu na Itália, mas chegou ao Brasil em 1952 e por aqui fez toda sua carreira. Falecido no último dia 6, Candotti foi presidente da SBPC por quatro vezes e, desde 1999, era presidente de honra da instituição. Ele ainda fundou e foi o primeiro diretor do Museu da Amazônia (Musa), deixando um legado de dedicação à ciência do País.
Premiações das parceiras
Estreante no Prêmio CAPES de Tese, o Itaú, maior banco privado brasileiro, distribuiu três prêmios de R$25 mil para mulheres. As laureadas foram Denise Sato, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Amanda Rocha, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e Beatriz Laiate, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), autoras de trabalhos de Ciência da Computação, Economia, e Matemática/Probabilidade/Estatística, respectivamente.
Outra parceira a premiar por áreas foi a Fundação Carlos Chagas (FCC), instituição sem fins lucrativos criada em 1964 e que tem como prioridade o investimento em pesquisa e educação. A FCC repassou R$25 mil aos vencedores de Educação — Marco Antônio de Santana, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) — e de Ensino — Patrícia Mie Matsuo, da USP. Também distribuiu dois prêmios, de R$10 mil cada, aos autores que receberam menções honrosas nas áreas.
O Instituto Serrapilheira, por sua vez, concedeu honrarias por Colégios. São R$20 mil para os ganhadores dos Grandes Prêmios de Ciências da Vida e de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A própria CAPES premiou com outros R$20 mil o vencedor do Grande Prêmio de Humanidades.
Já a Dimensions Sciences, organização sem fins lucrativos norte-americana fundada pela cientista brasileira Márcia Vasconcellos Fournier, entregou o Prêmio Nova Dimensão, de US$2 mil. O prêmio, destinado a uma autora na área de Biotecnologia com trabalho voltado para inovação e empreendedorismo, foi para Juliane Corrêa Glória, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por tese que trouxe avanços para o diagnóstico da malária.
Sobre o Prêmio CAPES de Tese
Criado em 2005, o Prêmio CAPES de Tese reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil. A premiação é fruto de parceria entre a CAPES, a Fundação Carlos Chagas, o Instituto Serrapilheira e, a partir desta edição, o Banco Itaú. Para conceder os prêmios, a CAPES leva em conta a originalidade do trabalho e a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação do País.
Fonte: Redação CGCOM/CAPES