Câmara dos Deputados promove escuta de especialistas sobre os principais temas que serão abordados pela 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
O Ministério da Educação (MEC) participou de audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 22 de maio, para debater os principais temas que serão abordados durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), a ser realizada neste ano, em Brasília (DF).
Entre os pontos levantados, os participantes destacaram a urgência da descarbonização da economia; a criação de novas tecnologias para mobilidade urbana; a necessidade de maior interação entre universidades e empresas; e a atração e retenção de talentos científicos no País.
O Ministério — representado por Denise Pires de Carvalho, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e por Pierry Teza, diretor substituto de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) — levantou, com outros especialistas, propostas que serão oferecidas à Secretaria-Geral da Conferência.
“O Brasil ainda tem cerca de cinco vezes menos doutores do que a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE]. Um país que precisa aumentar a produção de conhecimento, para dar um salto em termos de desenvolvimento socioeconômico, precisará de mais doutores”, afirmou Denise Carvalho.
Apesar de a situação estar aquém do patamar desejado, a presidente da Capes celebrou o aumento, nos últimos anos, da formação de mestres e doutores no Brasil, além da crescente interiorização dos cursos de pós-graduação. “No início dos anos 2000, apenas dois estados da Federação, Rio e São Paulo, produziam mais ciência do que o restante do País. A partir da expansão do sistema de universidades, principalmente das universidades federais, desde 2007, a produção científica passou a ocorrer também em outros estados — e nós temos, hoje, cerca de 60% da produção científica nacional oriunda dos demais entes federados”, informou.
Pierry Teza pontuou, porém, que, para promover a produção de ciência e tecnologia no País, é necessário não somente valorizar pesquisadores, mas também fomentar todo sistema de educação profissional. Assim, é preciso envolver as qualificações, os cursos técnicos, os cursos superiores de tecnologia e a pós-graduação.
De acordo com ele, isso “é altamente necessário para produzir ciência, ter cientistas, mas a gente acredita que, para que essa ciência chegue à sociedade, é necessária uma gama de outros profissionais, com diversas formações e diferentes níveis, em um processo de verticalização do conhecimento. Então, mais do que formar pesquisadores, a gente precisa formar todo o sistema”.
A Conferência – A 5ª CNCTI ocorre 14 anos depois da edição anterior, de 2010, e está envolvendo representantes de instituições de ensino e pesquisa, o setor empresarial e a comunidade acadêmica, entre outros atores. Inicialmente, a Conferência deveria ocorrer em junho, mas o governo decidiu adiá-la após a tragédia no Rio Grande do Sul. A nova data ainda está sendo fechada.
A CNCTI vai produzir recomendações para a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2024-2030, um documento elaborado pelo governo com a orientação estratégica de médio prazo para as políticas públicas nessa área.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Agência Câmara de Notícias
Imagem de Capa: Mário Agra/Câmara dos Deputados