Presidente da Fundação divulgou a passagem do mestrado para o doutorado em até 18 meses, com transformação automática da bolsa
Atualmente, as instituições de ensino superior e pesquisa possuem regulamentação própria para mudar o nível do pós-graduando do mestrado para o doutorado, com ou sem a defesa da dissertação. A Plataforma Sucupira da CAPES permite que essa alteração seja informada, por meio das situações do aluno de “mudança de nível sem defesa” e “mudança de nível com defesa”. O pós-graduando que tiver bolsa dos programas institucionais da Fundação podem levar o benefício do mestrado para o doutorado. Para isso, basta ter se matriculado há, no máximo, 18 meses no curso de mestrado e, no limite, ser bolsista há 12 meses. Os programas podem fazer essa modificação de bolsa em até 20% de sua concessão ou três promoções anuais.
O Brasil atingiu a meta de formar 60 mil mestres por ano estabelecida pelo Plano Nacional de Educação 2014-2024, mas não a de 25 mil doutores anualmente. Por isso a CAPES defendeu uma maior divulgação desse mecanismo de transição em até 18 meses, do mestrado para o doutorado, bem como o aumento no número de bolsas de pós-doutorado, para manter os doutores em atividade no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).
Denise Pires de Carvalho, presidente da Fundação, em participação, no dia 22 de março, via videoconferência no 10º Colegiado de Doutores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse que “podemos pensar numa transição mais direta, principalmente para os estudantes que realizaram iniciação científica longa. Muitas dissertações têm nível de tese e o que falta é o doutor poder continuar no Sistema Nacional de Pós-Graduação”.
O Brasil é um dos 15 países com a maior produção científica do mundo. O desenvolvimento da pós-graduação está relacionado ao desenvolvimento do sistema de ciência e tecnologia do País. Mas é preciso avançar, observou a presidente, e é pelos doutores que o Brasil fará, de fato, sua reindustrialização.
Para além do desafio nacional, um tema em voga em todo o mundo pautou outra parte da apresentação: o acesso aberto. Denise disse ser importante assegurar que “os pesquisadores não precisem mais pagar valores abusivos para publicação em revistas de acesso aberto”. Por outro lado, os acordos transformativos devem ser bem estruturados. “Não podemos assinar com qualquer tipo de revista porque há as predatórias, por isso houve a formação do grupo de trabalho na CAPES, com estudo para que os acordos transformativos sejam feitos com as revistas sérias”, completou.
Fonte: Redação CGCOM/CAPES
Foto de capa: Reprodução/CAPES